Wolbitos | Nova arma do DF contra a dengue começa a agir
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Método usa bactéria natural para reduzir transmissão de arboviroses
O Distrito Federal inicia neste mês a liberação de mosquitos Aedes aegypti com uma bactéria chamada Wolbachia, uma estratégia inovadora e segura para combater doenças como dengue, Zika e chikungunya. Conhecido como método Wolbachia ou “Wolbitos”, o projeto promete reduzir drasticamente a transmissão dessas doenças, sem riscos à saúde humana, animal ou ao meio ambiente.
O que são Wolbitos?
“Wolbitos” é o apelido dado aos mosquitos do tipo Aedes aegypti que carregam a bactéria Wolbachia, introduzida de forma controlada em laboratório. A Wolbachia impede que os vírus da dengue e de outras arboviroses se desenvolvam dentro do mosquito. Isso significa que, mesmo que o mosquito infectado com a bactéria pique uma pessoa, ele tem baixa ou nenhuma capacidade de transmitir essas doenças.
Como funciona o método?
Os Wolbitos são liberados em áreas estratégicas e se reproduzem com os mosquitos locais. Seus filhotes herdam a bactéria, e com o tempo, a maior parte da população de Aedes aegypti passa a carregar a Wolbachia. Essa mudança é autossustentável, ou seja, mantém-se mesmo após o fim das liberações, tornando o método eficaz a longo prazo.
Segurança comprovada
Diferente de técnicas transgênicas ou de uso de venenos, o método Wolbachia é considerado seguro para humanos, animais e para o ecossistema. A bactéria Wolbachia já está presente naturalmente em mais da metade das espécies de insetos do planeta, sem representar riscos à saúde.
Estudos e avaliações independentes classificaram o risco ambiental como insignificante. Além disso, a técnica já foi usada em outros países e cidades brasileiras, como Niterói (RJ), onde houve redução de até 88% dos casos de dengue.
Onde será aplicado no DF?
A Secretaria de Saúde do DF começará as liberações em regiões com altos índices de casos nos últimos anos, como:
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Sobradinho II
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São Sebastião
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Fercal
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Estrutural
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Varjão
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Arapoanga
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Paranoá
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Planaltina
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Itapoã
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Brazlândia
O objetivo é cobrir áreas com maior vulnerabilidade e impedir surtos durante a próxima temporada de chuvas, quando os mosquitos se reproduzem com mais intensidade.
Complementar ao combate tradicional
Apesar da alta eficácia, o método Wolbachia não substitui as ações tradicionais de combate ao mosquito, como:
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Eliminação de criadouros (água parada)
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Limpeza de quintais e caixas d’água
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Conscientização comunitária
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Uso de larvicidas e armadilhas em áreas críticas
A combinação dessas estratégias é essencial para controlar o avanço das arboviroses de forma eficiente.
Resultados promissores
Além de Niterói, outras cidades brasileiras que adotaram o método apresentaram queda significativa nos casos de dengue e hospitalizações. No Distrito Federal, a expectativa é repetir esse sucesso e proteger a população sem recorrer a métodos agressivos ou danosos ao ambiente.
Um passo importante na saúde pública
A chegada dos Wolbitos ao DF representa um avanço importante no uso de tecnologias sustentáveis e inovadoras na saúde pública. O método reforça o compromisso do governo com soluções eficazes e baseadas na ciência para proteger a população de epidemias e doenças tropicais.
Fonte: Agência Brasília