Wolbitos | Nova arma do DF contra a dengue começa a agir

Published On: 11/09/2025 13:21

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Método usa bactéria natural para reduzir transmissão de arboviroses

O Distrito Federal inicia neste mês a liberação de mosquitos Aedes aegypti com uma bactéria chamada Wolbachia, uma estratégia inovadora e segura para combater doenças como dengue, Zika e chikungunya. Conhecido como método Wolbachia ou “Wolbitos”, o projeto promete reduzir drasticamente a transmissão dessas doenças, sem riscos à saúde humana, animal ou ao meio ambiente.

O que são Wolbitos?

“Wolbitos” é o apelido dado aos mosquitos do tipo Aedes aegypti que carregam a bactéria Wolbachia, introduzida de forma controlada em laboratório. A Wolbachia impede que os vírus da dengue e de outras arboviroses se desenvolvam dentro do mosquito. Isso significa que, mesmo que o mosquito infectado com a bactéria pique uma pessoa, ele tem baixa ou nenhuma capacidade de transmitir essas doenças.

Como funciona o método?

Os Wolbitos são liberados em áreas estratégicas e se reproduzem com os mosquitos locais. Seus filhotes herdam a bactéria, e com o tempo, a maior parte da população de Aedes aegypti passa a carregar a Wolbachia. Essa mudança é autossustentável, ou seja, mantém-se mesmo após o fim das liberações, tornando o método eficaz a longo prazo.

Segurança comprovada

Diferente de técnicas transgênicas ou de uso de venenos, o método Wolbachia é considerado seguro para humanos, animais e para o ecossistema. A bactéria Wolbachia já está presente naturalmente em mais da metade das espécies de insetos do planeta, sem representar riscos à saúde.

Estudos e avaliações independentes classificaram o risco ambiental como insignificante. Além disso, a técnica já foi usada em outros países e cidades brasileiras, como Niterói (RJ), onde houve redução de até 88% dos casos de dengue.

Onde será aplicado no DF?

A Secretaria de Saúde do DF começará as liberações em regiões com altos índices de casos nos últimos anos, como:

  • Sobradinho II

  • São Sebastião

  • Fercal

  • Estrutural

  • Varjão

  • Arapoanga

  • Paranoá

  • Planaltina

  • Itapoã

  • Brazlândia

O objetivo é cobrir áreas com maior vulnerabilidade e impedir surtos durante a próxima temporada de chuvas, quando os mosquitos se reproduzem com mais intensidade.

Complementar ao combate tradicional

Apesar da alta eficácia, o método Wolbachia não substitui as ações tradicionais de combate ao mosquito, como:

  • Eliminação de criadouros (água parada)

  • Limpeza de quintais e caixas d’água

  • Conscientização comunitária

  • Uso de larvicidas e armadilhas em áreas críticas

A combinação dessas estratégias é essencial para controlar o avanço das arboviroses de forma eficiente.

Resultados promissores

Além de Niterói, outras cidades brasileiras que adotaram o método apresentaram queda significativa nos casos de dengue e hospitalizações. No Distrito Federal, a expectativa é repetir esse sucesso e proteger a população sem recorrer a métodos agressivos ou danosos ao ambiente.

Um passo importante na saúde pública

A chegada dos Wolbitos ao DF representa um avanço importante no uso de tecnologias sustentáveis e inovadoras na saúde pública. O método reforça o compromisso do governo com soluções eficazes e baseadas na ciência para proteger a população de epidemias e doenças tropicais.

Fonte: Agência Brasília

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