Conhecida por sobreviver a antibióticos potentes, a superbactéria pode se espalhar em ambientes de uso coletivo, como piscinas, academias e hospitais

Por Janna Machado

A bactéria MRSA (Methicillin-Resistant Staphylococcus aureus), ou estafilococo dourado resistente à meticilina, voltou ao centro das atenções da comunidade médica mundial. O micro-organismo, resistente a diversos antibióticos, tem sido encontrado em piscinas, banheiros públicos, academias e até brinquedos infantis, o que acende um alerta sobre a necessidade de prevenção e higiene constante.

Trata-se de uma variação do Staphylococcus aureus, bactéria comum que vive na pele e nas narinas de boa parte da população sem causar doenças. O problema surge quando ela entra no organismo por meio de feridas, cortes, espinhas ou mucosas, podendo causar infecções graves na pele, pulmões, corrente sanguínea e até no coração.

Uma superbactéria difícil de combater

O MRSA ficou conhecido como “superbactéria hospitalar” por ter surgido em ambientes médicos, onde o uso intenso de antibióticos favoreceu sua mutação. Hoje, porém, já há casos comunitários, ou seja, infecções que ocorrem fora dos hospitais — especialmente em locais com água contaminada ou alta circulação de pessoas.

“É uma bactéria oportunista e resistente. Ela sobrevive em superfícies úmidas e pode causar desde infecções simples até quadros graves de septicemia”, explica o infectologista Carlos Durand, em entrevista à Agência Brasil.

Como ocorre a transmissão

O contágio pode acontecer pelo contato direto com pessoas infectadas ou com objetos e superfícies contaminadas. Em piscinas e academias, a bactéria se aloja em pisos, banheiros, corrimãos e equipamentos usados sem higienização adequada.

Entre os principais sintomas estão vermelhidão, coceira, inchaço e pus em feridas, além de febre e mal-estar em casos mais avançados.

Prevenção: pequenos hábitos que fazem diferença

• Evite compartilhar toalhas, roupas ou lâminas de barbear.
• Mantenha feridas cobertas e limpas.
• Tome banho antes e depois de usar piscina ou academia.
• Use chinelos em banheiros e vestiários públicos.
• Higienize equipamentos de academia antes do uso.
• Procure atendimento médico ao primeiro sinal de infecção cutânea.

Um alerta global

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o MRSA como uma das bactérias mais perigosas do planeta, responsável por milhares de internações e mortes todos os anos. O órgão reforça que a prevenção e o uso racional de antibióticos são as medidas mais eficazes para conter sua disseminação.

O estafilococo dourado resistente é o tipo de inimigo invisível que se aproveita da distração. Em tempos de calor, piscinas cheias e academias movimentadas, o cuidado deve ser redobrado. A limpeza e a atenção com pequenas feridas podem ser o que separa um dia de lazer de uma infecção séria.