PL expõe divisão ao lançar Wilder Morais como pré-candidato

Published On: 19/11/2025 15:25

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Sigla anuncia nome ao governo, mas ala influente prefere acordo com Caiado e priorizar disputa ao Senado em 2026

A reunião que oficializou a pré-candidatura de Wilder Morais (PL) ao governo de Goiás não entregou unidade, e sim um racha evidente. Boa parte dos aliados do senador, entre eles o deputado federal Gustavo Gayer, defendeu que o partido deveria evitar lançar candidato próprio agora e, em vez disso, se alinhar ao governador Ronaldo Caiado (UB) e ao vice, Daniel Vilela (MDB). A avaliação desse grupo é pragmática: em 2026, a joia real para o PL é o Senado, não o Palácio das Esmeraldas.

Nos bastidores, o clima foi de desconforto. Dirigentes e parlamentares não escondem a irritação com o comportamento de Wilder, que tem evitado movimentações políticas mais amplas, recusado entrevistas e mantido oposição firme ao governo de Caiado. Para uma parte da cúpula, essa postura enfraquece o partido e abre espaço para que prefeitos e deputados migrem para a base governista, movimento que já começou.

O próprio Wilder reconheceu, durante a conversa interna, que a entrada oficial na disputa pode ser precoce, lembrando que ainda há muito tempo até a eleição e que articulações nacionais tendem a influenciar o tabuleiro goiano. Mesmo assim, a direção buscou um meio-termo: anunciou a pré-candidatura para marcar posição, sem fechar a porta para um recuo estratégico.

Entre os presentes, a leitura foi simples e calculada. Ao definir um nome agora, o PL ganha força nas negociações e mantém margem para negociar uma composição com Daniel Vilela mais adiante. A lógica é quase matemática. Se Wilder crescer, o partido monta uma chapa majoritária competitiva, capaz até de eleger dois senadores. Se não deslanchar, a migração para uma aliança vira caminho natural.

Com Jair Bolsonaro preso e sem protagonismo no cenário nacional, dirigentes do PL goiano repetem que o plano central para 2026 está no Senado. O lançamento de Wilder virou, portanto, menos uma largada e mais uma peça no jogo político que ainda está longe de terminar.

Foto Oficial do Senado

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