Paraná em estado de alerta | Tornados e tempestades deixam rastro de destruição e expõem desafios climáticos

Published On: 10/11/2025 17:06

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Fenômenos extremos atingem dezenas de municípios, provocam mortes e reacendem debate sobre preparação e resposta a desastres naturais no Brasil

Por Janna Machado

O estado do Paraná vive um dos períodos mais críticos dos últimos anos. A passagem de fortes tempestades e três tornados, confirmados pelo Sistema de Meteorologia do Paraná (Simepar), provocou uma onda de destruição em diversas cidades, especialmente nas regiões Centro-Sul e Sudoeste. Os ventos chegaram a 330 km/h, configurando fenômenos de alta intensidade, semelhantes aos que ocorrem nos Estados Unidos.

De acordo com balanço divulgado pela Defesa Civil, ao menos seis pessoas morreram e mais de 700 ficaram feridas. Centenas de famílias perderam suas casas, e milhares seguem desalojadas. Municípios como Rio Bonito do Iguaçu, Turvo e Guarapuava estão entre os mais afetados e já decretaram situação de emergência.

Destruição em série

As cenas registradas nas últimas horas impressionam. Casas destelhadas, postes caídos, árvores arrancadas e veículos destruídos transformaram paisagens inteiras em um cenário de ruínas. Em Rio Bonito do Iguaçu, o tornado mais violento varreu bairros inteiros, derrubando estruturas metálicas e galpões industriais.
Equipes da Copel, Sanepar e Corpo de Bombeiros trabalham em regime de força-tarefa para restabelecer energia, água e limpeza das vias. Caminhões da Defesa Civil estadual reforçam o envio de lonas, colchões, cestas básicas e mantimentos para os desabrigados.

Governo mobiliza ajuda

O governador Ratinho Junior determinou a liberação imediata de recursos e o envio de maquinário para as regiões mais atingidas. Quatorze municípios já estão aptos a receber recursos emergenciais e apoio técnico para reconstrução, segundo informações do governo estadual.
O governo federal também acompanha a situação e analisa o reconhecimento da calamidade pública para agilizar o repasse de verbas.

Especialistas alertam: fenômenos extremos serão mais frequentes

Pesquisadores do Simepar e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) destacam que o aumento na frequência e intensidade de tempestades e tornados está diretamente ligado às mudanças climáticas globais. O calor excessivo e a alta umidade na região Sul criaram condições ideais para a formação dos fenômenos.

“O Paraná está experimentando o que chamamos de eventos de alta energia atmosférica. Eles tendem a se tornar mais comuns se o clima continuar instável e as cidades não se adaptarem”, explica um meteorologista do Simepar.

Reconstrução e lições

A tragédia escancarou a necessidade de políticas mais eficazes de prevenção, urbanização e resposta rápida. Cidades atingidas carecem de abrigos adequados, planos de evacuação e sistemas de alerta mais eficientes.
Além da reconstrução física, será necessário reconstruir a confiança da população — que viu, em poucas horas, anos de trabalho e de vida se perderem.

O Paraná agora se reergue, mas o recado da natureza é claro: o país precisa se preparar melhor para um novo tempo, em que eventos climáticos extremos deixaram de ser exceção para se tornar parte do cotidiano.

Fontes : Agência Brasil, Governo do Paraná, Simepar, CNN Brasil, Defesa Civil do Paraná

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