Infração por obstrução intencional de vias públicas está entre as mais caras do país, com penalidades que vão além da multa e incluem apreensão do veículo e suspensão da CNH

Motoristas que cometem infrações gravíssimas podem ter que arcar com multas que ultrapassam R$ 17 mil, conforme prevê o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Esse valor elevado é resultado do chamado fator multiplicador, mecanismo utilizado para penalizar de forma mais severa condutas que colocam em risco direto a segurança de outros condutores e da população.

A multa mais alta prevista atualmente é de R$ 17.608,20. Ela se aplica a quem organiza, participa ou incentiva o bloqueio proposital de vias públicas, como em protestos sem autorização, obstruções com veículos ou objetos, ou ainda em eventos não autorizados. Nesses casos, o valor base da multa gravíssima (R$ 293,47) é multiplicado por 60.

Além do valor financeiro, esse tipo de infração acarreta outras consequências severas: são sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), possibilidade de suspensão do direito de dirigir e até apreensão do veículo envolvido.

Outras infrações com penalidades multiplicadas

Existem várias infrações gravíssimas que recebem multiplicadores diferenciados. Entre elas:

• Dirigir alcoolizado ou participar de racha: multiplicador de 10, totalizando R$ 2.934,70;

• Ultrapassar em faixa contínua ou em curvas: multiplicador de 5, chegando a R$ 1.467,35;

• Conduzir veículo com CNH de categoria incompatível: multa dobrada (R$ 586,94).

Finalidade educativa

Segundo autoridades de trânsito, os valores elevados não têm apenas caráter punitivo, mas educativo. A ideia é desestimular práticas que possam resultar em acidentes graves ou que causem transtornos à mobilidade urbana.

“Quando se aplica um valor alto a infrações que envolvem risco coletivo, o objetivo é mostrar a gravidade da ação e impedir que ela se repita”, explicou um especialista em legislação viária.

Além das multas, campanhas de conscientização têm sido fortalecidas por órgãos de trânsito em todo o país, reforçando a importância do respeito às leis para garantir segurança nas vias.

Embora o valor de R$ 17 mil possa parecer extremo, ele reflete a gravidade de ações que impactam diretamente o trânsito e a vida de outras pessoas. Respeitar as normas não é apenas uma obrigação legal, mas uma questão de responsabilidade coletiva