Mulher atropelada e arrastada na Marginal Tietê morre após semanas internada
Compartilhar
Caso é investigado como feminicídio e reacende alerta sobre violência contra mulheres no país
Tainara Souza Santos, de 31 anos, morreu nesta quarta-feira (24), no Hospital das Clínicas, em São Paulo, depois de permanecer quase um mês internada em estado grave. Ela havia sido atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro na Marginal Tietê, zona norte da capital, em um caso que a Polícia Civil trata como feminicídio.
O atropelamento ocorreu no dia 29 de novembro de 2025. Segundo a investigação, Tainara caminhava ao lado de um homem quando o suspeito, Douglas Alves da Silva, 26 anos, avançou com o carro em direção a ela. Imagens de câmeras de segurança mostram o veículo atingindo a vítima e seguindo em alta velocidade, arrastando-a pela via.
Cirurgias e complicações
Desde o ocorrido, Tainara passou por múltiplas cirurgias, incluindo amputações e reconstruções. Mesmo após intervenção médica contínua, ela não resistiu às complicações dos ferimentos. A confirmação da morte foi feita pela equipe do Hospital das Clínicas, onde estava internada desde o dia do crime.
Defesa e prisão do motorista
Douglas foi preso no dia seguinte ao atropelamento. De acordo com registros da ocorrência, ele tentou fugir e acabou sendo baleado no braço ao resistir à abordagem policial. Após atendimento médico, teve a prisão preventiva decretada e permanece detido enquanto o caso segue em investigação.
A defesa do suspeito ainda não se manifestou publicamente sobre o desfecho da vítima. Ele responderá por feminicídio consumado, além de possíveis agravantes.
Repercussão e pedidos de justiça
Amigos e familiares lamentaram a morte nas redes sociais e cobraram justiça. Tainara deixa dois filhos, de 7 e 12 anos. Nas postagens, a família descreve a vítima como uma mulher alegre e batalhadora, “que lutou até o fim”.
O caso volta a chamar atenção para o índice de violência contra mulheres no Brasil. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que o país registra, em média, um feminicídio a cada sete horas, número que especialistas classificam como consequência direta da falta de políticas eficazes de prevenção, proteção e punição.
Consequências sociais
Organizações que atuam no combate à violência de gênero têm pedido que o episódio seja utilizado como ponto de reflexão para mudanças no sistema de proteção às mulheres. Para entidades, a morte de Tainara representa mais um alerta sobre a necessidade de políticas integradas:
“Sem prevenção, acolhimento e resposta rápida do Estado, seguiremos vendo casos como este se repetirem”, afirmou uma advogada voluntária de uma rede de apoio à mulher, que prefere não ser identificada.
Fonte/Foto: Revista Oeste

