Ação conjunta com MPT, Polícia Civil, PRF e Senasp levou à prisão do criador de conteúdo e seu companheiro, além da suspensão de seus perfis e negócios

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) revelou novos detalhes sobre a investigação que levou à prisão preventiva do influenciador digital Hytalo Santos, no último dia 15 de agosto, em São Paulo. Ele é acusado de explorar a imagem de crianças e adolescentes em conteúdos de teor sexualizado, com finalidade comercial. Seu marido e sócio, Israel Nata Vicente, também foi detido.

A investigação, conduzida em sigilo desde o final de 2023, começou a partir de denúncias de vizinhos e cidadãos, que relataram comportamento inadequado envolvendo menores em festas promovidas por Hytalo em sua residência, em Bayeux (PB). De acordo com o MPPB, o caso envolve indícios de adultização, exposição sexualizada de adolescentes e uso indevido da imagem de menores para monetização nas redes sociais.

“O que está em análise é o uso reiterado e estratégico da imagem de crianças e adolescentes em ambientes inapropriados, com estética erotizada, para fins de lucro e influência digital”, afirma o MPPB em nota.

Decisões judiciais e medidas urgentes

A gravidade dos indícios levou o MPPB a solicitar — e obter na Justiça — uma série de medidas cautelares:

• Suspensão de todos os perfis de Hytalo Santos no Instagram, TikTok, YouTube e Facebook;

• Proibição de contato com menores envolvidos nos vídeos;

• Remoção imediata de conteúdos que exponham crianças ou adolescentes;

• Cancelamento da monetização dos canais e vídeos relacionados;

• Busca e apreensão de equipamentos eletrônicos, usados para produção e divulgação dos conteúdos.

Além disso, foi recomendado à Loteria do Estado da Paraíba (Lotep) que suspendesse a autorização de funcionamento da empresa “Fartura de Prêmios”, vinculada ao influenciador, que também utilizaria menores em suas campanhas para atrair engajamento.

Prisão preventiva e inquérito criminal

Na sexta-feira (15), Hytalo Santos foi preso em Carapicuíba (SP), durante operação conjunta do Gaeco, Polícia Civil da Paraíba, Polícia Civil de São Paulo, PRF, Ministério Público do Trabalho e o Ciberlab da Senasp/MJSP. A prisão foi decretada por tempo indeterminado, com o objetivo de evitar obstrução da investigação ou influência sobre testemunhas.

O caso segue sob investigação criminal formal, com a análise de provas colhidas durante as buscas. O MPPB ainda avalia se apresentará denúncia por exploração sexual de vulneráveis, violação ao ECA e associação criminosa.

Pais e responsáveis também serão investigados

Além do influenciador, o Ministério Público comunicou que irá apurar a conduta dos pais e responsáveis legais das crianças e adolescentes envolvidos, avaliando se houve omissão, negligência ou consentimento mediante benefício financeiro ou material.

“Não apenas quem produz o conteúdo será responsabilizado, mas também quem permite e se beneficia da exposição indevida dos filhos”, declarou o promotor de Justiça, Ramalho Leite.

Compromisso com a proteção da infância

Em nota oficial, o MPPB destacou que o caso está sendo conduzido com seriedade, responsabilidade e foco na proteção integral das vítimas, que agora também estão sendo acompanhadas por equipes do Conselho Tutelar.

“Nosso compromisso é com a dignidade e a proteção da infância. Não se trata de julgamento midiático, mas de impedir que esse tipo de conteúdo continue sendo naturalizado e consumido como entretenimento”, reforçou a promotoria.

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📌 Fontes:

• Ministério Público da Paraíba (MPPB) – mppb.mp.br

• Brasil de Fato – brasildefato.com.br

• CNN Brasil – cnnbrasil.com.br

• Parlamento PB – parlamentopb.com.br

• UOL Notícias – noticias.uol.com.br