Israel confirma que corpos entregues por Hamas não pertencem a reféns

Published On: 01/11/2025 17:58

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Episódio reforça tensão nas negociações e expõe fragilidade da trégua mediada por EUA, Catar e Egito

O governo de Israel confirmou neste sábado que os três corpos entregues por Hamas, por meio da Cruz Vermelha Internacional, não pertencem a reféns israelenses. A constatação foi feita após exames forenses conduzidos pelo Exército e pelo Instituto Nacional de Medicina Legal israelense.

A devolução ocorreu como parte de um acordo humanitário firmado dentro da trégua temporária mediada por Estados Unidos, Catar e Egito, que visa à libertação de reféns e à troca de corpos entre os dois lados. A constatação de que os restos mortais não são de israelenses detidos pelo grupo militante reacendeu a desconfiança nas negociações e expôs a dificuldade de controle e verificação das informações em meio ao conflito.

Fontes do governo israelense afirmaram que os corpos, entregues na noite de sexta-feira (31), passaram por análises genéticas imediatas e não apresentaram compatibilidade com nenhum dos reféns ainda listados como desaparecidos em Gaza. As autoridades também informaram que os restos mortais provavelmente pertencem a palestinos ou estrangeiros não identificados, vítimas de confrontos anteriores na Faixa de Gaza.

O erro no processo de devolução gerou forte repercussão política e emocional em Israel, especialmente entre as famílias que aguardam notícias de seus entes desaparecidos desde o início da ofensiva. O episódio também compromete a confiança no Hamas como interlocutor válido nos processos de troca e pode impactar o ritmo das negociações futuras.

Apesar do revés, diplomatas de Washington, Doha e Cairo afirmam que as conversas continuam. Os mediadores buscam manter o acordo de trégua, que já resultou na libertação de 20 reféns vivos e na entrega de 17 corpos de israelenses até o momento. No entanto, 11 pessoas ainda permanecem desaparecidas, segundo as autoridades de Tel Aviv.

O incidente reacende uma das feridas mais sensíveis da guerra: o destino dos reféns. Em meio às promessas de cessar-fogo e reconstrução, o caso dos corpos trocados erroneamente se tornou símbolo do caos e da desconfiança que ainda pairam sobre um conflito que, mesmo em trégua, continua a devorar vidas e esperanças.

Fonte: Revista Oeste 

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