Identidade Nagô promove cultura afro e resgata história das tranças

Published On: 14/09/2025 21:29

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Com apoio do FAC, projeto no Lago Norte oferece oficinas e fortalece a valorização da herança africana entre estudantes

A valorização da cultura afro-brasileira chegou de forma especial à Escola Classe Aspalha, no Lago Norte, com o projeto Identidade Nagô. Realizado com apoio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), o programa ofereceu durante quatro meses oficinas de capoeira, maculelê, puxada de rede e musicalidade, aproximando os estudantes de tradições que fazem parte da história do país.

As atividades integraram prática e conhecimento, estimulando não apenas a expressão corporal, mas também o entendimento sobre os significados culturais de cada manifestação. Professores e alunos destacaram a importância do contato direto com elementos da herança africana, fortalecendo o respeito à diversidade e a valorização das raízes brasileiras.

Entre os símbolos trabalhados pelo projeto está a trança, tradição que remonta a mais de cinco mil anos e que sempre ocupou lugar de destaque nas comunidades africanas. Muito além da estética, o trançado representava identidade, posição social, espiritualidade e até resistência. Durante o período da escravidão, as tranças ajudaram a manter vivas memórias culturais e, segundo registros, chegaram a ser utilizadas como forma de comunicação e estratégia de sobrevivência. Hoje, estilos como a trança nagô permanecem como expressão de ancestralidade e orgulho, conectando passado e presente.

Segundo os organizadores, a proposta vai além do aprendizado artístico: trata-se de um espaço de identidade, pertencimento e combate ao preconceito. “Quando a criança entende a origem de certas práticas e vê nelas valor cultural, ela passa a enxergar a si mesma e ao outro com mais respeito”, explicou um dos coordenadores do projeto.

Diante dos resultados, a iniciativa terá continuidade. A segunda edição do Identidade Nagô começa neste mês, com a expectativa de ampliar a participação estudantil e incluir novas atividades que envolvam a comunidade escolar e as famílias.

A experiência também dialoga com a Lei 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas. Para a direção da unidade, o projeto é uma forma prática de aplicar a lei, promovendo conhecimento, convivência e integração social.

Com o apoio do FAC e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF, o Identidade Nagô reforça o papel da educação como espaço de inclusão, cidadania e preservação de tradições que marcam a identidade nacional.

Fonte: Agência Brasília

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