Procedimento era feito apenas no Hospital de Base e agora passa a integrar o projeto “AVC no Quadrado”, que leva atendimento especializado a outras regiões do Distrito Federal

O Hospital Regional de Sobradinho (HRS) realizou, pela primeira vez, uma trombólise endovenosa para tratar um caso de Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico. O procedimento, considerado essencial para reduzir sequelas e salvar vidas, antes era exclusivo do Hospital de Base do Distrito Federal. Com a novidade, o acesso ao tratamento de urgência começa a ser descentralizado na rede pública.

A ação faz parte do projeto “AVC no Quadrado”, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), que tem como objetivo ampliar e qualificar o atendimento aos pacientes com AVC em diferentes regiões administrativas. Além do HRS, o Hospital Regional do Gama também está incluído na primeira etapa da expansão do serviço.

A trombólise consiste na aplicação de medicamentos específicos que dissolvem o coágulo responsável por interromper o fluxo sanguíneo no cérebro. Quando realizada nas primeiras horas após o início dos sintomas, pode evitar sequelas graves e até levar à recuperação total. Estimativas médicas indicam que, a cada 100 pacientes tratados a tempo, 13 ficam sem sequelas e 32 apresentam melhora significativa.

Com a chegada da trombólise a outras unidades hospitalares, o tempo de resposta no atendimento é reduzido, fator essencial para o sucesso do tratamento. Além disso, o Hospital de Base também se prepara para oferecer outro procedimento avançado: a trombectomia mecânica, que permite a remoção de coágulos por meio de intervenção cirúrgica, mesmo após janelas maiores de tempo.

Outro destaque do projeto é a utilização da tecnologia Telestroke, que conecta equipes médicas em tempo real. Por meio de telemedicina, exames de imagem são compartilhados instantaneamente com especialistas, possibilitando decisões rápidas e precisas mesmo em locais sem neurologistas de plantão.

De acordo com a Secretaria de Saúde, o AVC é uma das principais causas de morte e internação no Brasil. No DF, os custos com hospitalizações por AVC somaram mais de R$ 7,4 milhões em 2023. Com a ampliação da trombólise e o fortalecimento da rede de atendimento, o GDF pretende reduzir esse impacto, promovendo tratamento precoce e salvando mais vidas.

A iniciativa representa um marco na assistência neurológica do DF, tornando o tratamento de AVC mais acessível, ágil e eficaz para a população.