EUA discutem acordo que prevê perda territorial da Ucrânia

Published On: 20/11/2025 14:55

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EUA discutem proposta de paz que inclui redução territorial da Ucrânia e reacendem tensão diplomática global

A diplomacia internacional voltou a ferver depois que fontes nos Estados Unidos e na Europa confirmaram a existência de um esboço de acordo de paz para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia — e o ponto mais explosivo do documento é a possibilidade de a Ucrânia ceder parte de seu território. A proposta, ainda em fase de discussão, já provoca desconforto entre aliados e acende um alerta na comunidade internacional.

Segundo veículos internacionais, Washington teria apresentado a Kiev um texto preliminar com cerca de 28 pontos. O documento estabelece não só concessões territoriais, mas também limites militares para a Ucrânia, como redução de armamentos e restrições ao uso de sistemas ocidentais mais avançados. Embora não seja uma proposta oficial, o simples fato de existir um rascunho dessa natureza já movimenta gabinetes em toda a Europa.


Ucrânia reage e sinaliza que não aceita perder território

O presidente Volodimir Zelensky, que recebeu o material, deixou claro que qualquer acordo que envolva ceder áreas ocupadas pela Rússia é politicamente arriscado e contraria o princípio central do país: “território não se negocia”. A posição da Ucrânia é reforçada por meses de resistência militar e por uma opinião pública que rejeita, de forma quase absoluta, abrir mão de regiões já invadidas.

A diplomacia ucraniana também teme que, se aceitar a proposta, possa parecer em posição de fragilidade ou até de capitulação, minando o moral das Forças Armadas e a confiança dos parceiros internacionais.


Europa critica falta de diálogo e teme novo precedente geopolítico

A proposta norte-americana provocou incômodo em várias capitais europeias. Segundo fontes diplomáticas, países da União Europeia ficaram contrariados por não terem sido consultados previamente. Para eles, qualquer pacto de paz que redesenhe fronteiras no continente precisa ser discutido como um bloco — até porque um acordo desse tipo altera diretamente a segurança regional.

Governos europeus também avaliam que aceitar uma mudança territorial imposta pela guerra pode abrir precedente perigoso, incentivando futuras investidas militares de outros países interessados em expandir fronteiras pela força.


Interesse dos EUA: encerrar a guerra e reorganizar prioridades estratégicas

Analistas apontam que os EUA buscam um acordo que estabilize o front europeu e permita ao governo americano redirecionar recursos para outras frentes estratégicas, como Oriente Médio e Ásia. A guerra já consumiu bilhões em ajuda militar e humanitária, desgastou alianças e elevou tensões com Moscou num patamar que preocupa diplomatas veteranos.

A intenção de Washington seria construir um “cessar-fogo estruturado”, algo parecido com uma trégua de longo prazo, ainda que não resolva plenamente o conflito territorial.


Rússia observa de longe e tenta capitalizar a pressão internacional

Enquanto isso, o Kremlin acompanha as movimentações com interesse. Uma eventual aceitação ucraniana de cessões territoriais seria vista pela Rússia como vitória estratégica — mesmo que parcial. Moscou tem usado o desgaste econômico e militar da Ucrânia como argumento para pressionar negociações.

Para analistas, Vladimir Putin ensaia um discurso para o público interno de que a guerra trouxe “ganhos irreversíveis”, o que torna ainda mais delicado qualquer processo de paz.


O que está em disputa no mapa

Embora o documento completo não tenha sido revelado, informações de bastidores apontam que o debate envolve regiões já ocupadas por tropas russas desde 2022, incluindo áreas do leste e do sul. São territórios economicamente estratégicos, incluindo zonas industriais, corredores logísticos e acesso a rotas marítimas importantes.

A Ucrânia, por sua vez, segue afirmando que só aceita negociações que incluam a retirada total das tropas russas.


Um acordo possível — mas não imediato

O cenário atual indica que há disposição internacional para discutir a paz, mas não há consenso sobre o preço dessa paz. A Ucrânia não quer ceder território. A Rússia não aceita recuar. Os EUA buscam uma saída que encerre o conflito. A Europa teme consequências a longo prazo.

Enquanto isso, o documento circula como uma primeira pedra de toque: um modelo de conversa, não uma decisão final.

O que está claro é que qualquer acordo que mexa no mapa europeu será um divisor de águas na geopolítica mundial — um capítulo que definirá a política externa, a segurança continental e o equilíbrio global pelos próximos anos.

Fonte: Revista Oeste

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