Juros elevados, queda no consumo e crédito caro ampliam dificuldades financeiras, especialmente entre micro e pequenos negócios no Brasil
O endividamento empresarial segue avançando no Brasil e já alcança cerca de 8,7 milhões de empresas, segundo levantamentos recentes do mercado de crédito. O dado acende um alerta sobre a saúde financeira dos negócios, especialmente em um cenário marcado por juros elevados, retração do consumo e dificuldade de acesso a financiamentos mais baratos.
A maior parte das empresas endividadas é formada por micro e pequenos empreendedores, que enfrentam margens cada vez mais apertadas e menor fôlego para absorver aumentos de custos. Contas em atraso com bancos, tributos, fornecedores e serviços básicos compõem o quadro que pressiona o caixa e limita a capacidade de investimento.
Especialistas apontam que o problema não está apenas no volume das dívidas, mas no perfil do endividamento. Muitos empresários recorrem a linhas de crédito de curto prazo e juros altos para manter a operação funcionando, o que cria um ciclo difícil de romper. Quando as vendas não acompanham o crescimento das despesas financeiras, o risco de inadimplência aumenta rapidamente.
Outro fator que pesa é a desaceleração da atividade econômica em alguns setores, como comércio e serviços, diretamente ligados ao consumo das famílias. Com o orçamento doméstico comprometido, a demanda cai, impactando o faturamento das empresas e agravando o desequilíbrio financeiro.
Diante desse cenário, economistas defendem a ampliação de políticas de renegociação de dívidas, programas de crédito mais acessíveis e ações de educação financeira voltadas ao empresário. Medidas que estimulem a reorganização financeira e o crescimento sustentável são vistas como essenciais para evitar o fechamento de empresas e a perda de empregos.
O avanço do endividamento empresarial mostra que o desafio vai além da gestão individual dos negócios. Trata-se de um reflexo direto do ambiente econômico do país, que exige respostas coordenadas para garantir fôlego às empresas e preservar a atividade produtiva no Brasil.
Fonte: Revista Oeste