“Careca do INSS” recebeu R$ 1 milhão via Pix de ex-gerente do BMG, aponta Coaf
Published On: 08/10/2025 20:57
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Relatório do órgão de controle financeiro identifica transação suspeita ligada a empresário investigado por fraudes em benefícios previdenciários
Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelou que o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, recebeu R$ 1 milhão por meio de uma transferência via Pix realizada pelo ex-gerente do banco BMG, Anderson Ladeira Viana.
Segundo o documento, a movimentação foi feita em favor da empresa Brasília Consultoria Empresarial S/A, administrada por Antunes, e chamou atenção por seu valor elevado e pela ausência de justificativas comerciais compatíveis. A transação passou a integrar o conjunto de indícios analisados pelas autoridades que investigam um suposto esquema de fraudes e descontos indevidos em benefícios do INSS.
Relação entre os envolvidos
De acordo com informações obtidas pela Revista Oeste e pelo Metrópoles, Anderson Viana teria mantido relação comercial com o grupo ligado ao “Careca do INSS” após deixar o BMG. O empresário, por sua vez, nega envolvimento em irregularidades e afirma que suas empresas apenas atuavam como intermediárias tecnológicas em serviços para associações de aposentados.
Durante depoimento à CPMI do INSS, Antônio Carlos Antunes negou qualquer acesso indevido ao sistema da Previdência e afirmou não ter vínculo com a operação dos descontos investigados.
Investigação em andamento
A CPMI do INSS aprovou em setembro a quebra de sigilos fiscal, bancário e telefônico do empresário e de outras pessoas citadas no relatório do Coaf. O objetivo é rastrear o destino dos recursos e identificar eventuais conexões com as fraudes denunciadas por aposentados em todo o país.
As autoridades também analisam movimentações financeiras superiores a R$ 9 milhões associadas a pessoas próximas a servidores do INSS, o que pode indicar a existência de uma rede de repasses suspeitos.
“As informações do Coaf são fundamentais para compreender a extensão do esquema e identificar a origem e o destino dos recursos”, afirmou um integrante da comissão parlamentar.