“Careca do INSS” é preso por esquema bilionário de fraudes
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Antônio Carlos Camilo Antunes é acusado de desviar milhões de aposentados; operação envolve apreensão de veículos de luxo e investigação da Polícia Federal
Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, foi preso em setembro de 2025 sob acusação de liderar um esquema bilionário de fraudes envolvendo aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo a Polícia Federal, ele atuava como intermediário entre associações de aposentados e servidores do INSS, promovendo descontos irregulares nos benefícios de segurados.
Entre 2023 e 2024, Antunes movimentou aproximadamente R$ 9,3 milhões em transferências suspeitas, utilizando empresas e até uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas para ocultar parte de seu patrimônio. Sua empresa Prospect teria recebido mais de R$ 11 milhões da AMBEC (Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos).
Na operação “Sem Desconto”, realizada em abril de 2025, a Polícia Federal apreendeu 14 veículos de luxo ligados a Antunes, avaliados em R$ 6,3 milhões, incluindo modelos da Porsche, BMW e Land Rover. Em setembro, ele foi preso novamente junto com o empresário Maurício Camisotti, também envolvido no esquema.
Durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, Antunes negou envolvimento em descontos irregulares e afirmou que sua empresa prestava serviços legais às associações. No entanto, não apresentou documentos que comprovassem sua inocência e se recusou a responder a perguntas do relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL).
O caso gerou repercussão política, com parlamentares do PT elogiando a ação da Polícia Federal e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro questionando a condução das investigações. A Polícia Federal segue apurando o esquema, que pode envolver outras pessoas e entidades, enquanto Antunes permanece preso preventivamente.
Impacto para aposentados e pensionistas
O esquema evidencia vulnerabilidades na gestão de benefícios do INSS, alertando aposentados e pensionistas sobre a importância de checar cobranças e serviços oferecidos por associações. Especialistas em direito previdenciário destacam que casos como este podem resultar em perdas financeiras significativas para os segurados e exigem maior transparência e fiscalização.
Próximos passos das investigações
As autoridades afirmam que novas fases da operação podem incluir buscas adicionais e o bloqueio de bens de outros envolvidos. A CPMI do INSS também deve continuar ouvindo testemunhas e analisando documentos que possam confirmar a extensão do esquema.
Cuidados e prevenção
Para evitar fraudes:
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Verifique sempre a legalidade de associações que oferecem serviços relacionados ao INSS.
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Desconfie de cobranças ou descontos não autorizados nos benefícios.
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Denuncie qualquer irregularidade às autoridades competentes, como a Polícia Federal ou o próprio INSS.
Fontes: Polícia Federal / Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS / Agência Brasil
Créditos das imagens:
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Depoimento de Antônio Carlos Camilo Antunes na CPMI – Crédito: TSE / Reprodução de veículos de notícias

