Cappelli é cobrado no Senado por suspeita de uso da ABDI
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Cappelli vira alvo no Senado após denúncia de uso da ABDI com finalidade eleitoral
A condução da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) entrou no centro de um novo embate político em Brasília. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) apresentou, nesta sexta-feira (14), um requerimento cobrando explicações formais do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, sobre suspeitas de que o presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, teria usado a estrutura da instituição para impulsionar sua pré-candidatura ao Governo do Distrito Federal.
Segundo Damares, cabe ao MDIC — responsável por supervisionar o contrato de gestão da Agência — garantir que a ABDI atue de forma estritamente técnica, preservando a integridade institucional e evitando qualquer confusão entre funções públicas e interesses eleitorais. No pedido, a parlamentar afirma ser indispensável esclarecer se houve desvio de finalidade no uso de recursos e profissionais da autarquia.
As suspeitas vieram à tona após reportagem do portal Diário do Poder, que atribui à gestão de Cappelli a criação de uma espécie de núcleo interno de comunicação voltado a interesses políticos. Ex-integrantes da equipe relataram a existência de um grupo comandado pelo gerente de marketing da ABDI, Bruno Trezena, que seria responsável por um suposto “bunker político” instalado no Setor Comercial Sul, em Brasília. A estrutura, segundo a denúncia, teria atuado para fortalecer a imagem pública de Cappelli no período em que ele se articula como pré-candidato ao Buriti.
Diante do conteúdo das denúncias, Damares quer saber se há alguma investigação interna em andamento tanto no Ministério quanto na própria ABDI. Ela também solicita acesso aos contratos de publicidade assinados nos últimos dois anos e a todos os dados referentes ao orçamento destinado à comunicação institucional, incluindo a execução desses recursos.
A senadora lembra que o uso de órgãos públicos para fins eleitorais é proibido por lei e pode configurar improbidade administrativa, o que abre margem para responsabilização civil, administrativa e até criminal dos envolvidos, caso as irregularidades sejam confirmadas.
O Ministério do Desenvolvimento tem prazo de 30 dias, a partir do recebimento do requerimento, para responder aos questionamentos. Até o momento, Cappelli não se manifestou publicamente sobre as acusações.

