Falha em subestação no Paraná provocou desligamento em cadeia; energia foi restabelecida em até 2h30 em várias regiões

O Brasil enfrentou na madrugada de segunda-feira (14) um dos maiores apagões de sua história recente. O corte de energia, iniciado por volta das 0h32, atingiu todos os 26 estados e o Distrito Federal, deixando milhões de brasileiros sem luz por mais de duas horas.

De acordo com informações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o problema começou após um incêndio em um reator da Subestação de Bateias, localizada em Campo Largo, no Paraná. O incidente provocou o desligamento automático de linhas de transmissão para proteger a integridade do sistema elétrico nacional.

Recuperação gradual e sem riscos estruturais

O fornecimento de energia foi restabelecido de forma gradual, variando entre 40 minutos e 2h30, conforme a região. As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste foram as primeiras a ter o abastecimento normalizado, enquanto Norte e Nordeste enfrentaram mais demora na retomada.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o país não corre risco energético estrutural e destacou que o apagão foi um evento “pontual e técnico”. Segundo ele, uma equipe da Aneel foi enviada ao Paraná para apurar as causas exatas do incêndio e avaliar possíveis falhas operacionais.

“O sistema reagiu de forma segura, evitando danos maiores. Nosso compromisso agora é garantir transparência na investigação e evitar novas ocorrências”, declarou Silveira.

Impactos e reações

Apesar da rápida recuperação, o blecaute causou paralisações temporárias em aeroportos, estações de metrô e hospitais, que passaram a operar com geradores de emergência. Em Brasília, parte do Plano Piloto e das regiões administrativas ficou sem energia por cerca de uma hora.

Especialistas ressaltam que o episódio reforça a necessidade de investimentos em modernização e monitoramento das subestações, especialmente diante do crescimento da demanda elétrica e dos eventos climáticos extremos que podem afetar a rede.

“O sistema brasileiro é robusto, mas envelhecido. A prevenção deve ser prioridade”, avaliou o engenheiro elétrico Eduardo Amaral, especialista em infraestrutura energética.

Apuração em andamento

A Aneel e o ONS devem apresentar, nos próximos dias, um relatório técnico detalhado sobre o apagão. O documento trará as causas diretas, os danos à rede e recomendações para evitar novos desligamentos.

O episódio reacende o debate sobre a segurança e a resiliência energética do Brasil, especialmente em um momento em que o país aposta em fontes renováveis e descentralização da matriz elétrica.

Fonte: Agência Brasil