Justiça determina internação de adolescente que matou pais e irmão em Itaperuna
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Jovem de 14 anos ficará internado por até 45 dias após confessar triplo homicídio e pesquisar sobre FGTS no celular do pai
A Justiça do Rio de Janeiro determinou a internação provisória por 45 dias do adolescente de 14 anos que confessou ter matado os próprios pais e o irmão de três anos, em um crime que chocou a cidade de Itaperuna, no noroeste do estado. A decisão foi tomada pela Vara da Infância e Juventude após o Ministério Público apresentar indícios de que o menor representa risco à sociedade e pode prejudicar o andamento da investigação.
De acordo com a Polícia Civil, o jovem utilizou a arma do pai, um agente penitenciário, para cometer os crimes. Após os assassinatos, ele ocultou os corpos da família dentro de uma cisterna na residência da família. A motivação, segundo o próprio adolescente, foi a frustração com a proibição dos pais quanto a uma viagem que ele planejava para encontrar uma garota com quem mantinha um relacionamento virtual desde os oito anos de idade.
Pesquisa sobre FGTS chamou atenção dos investigadores
Durante a análise dos celulares da família, a polícia descobriu que, logo após o crime, o menor realizou buscas sobre como sacar o FGTS de pessoas falecidas. Esse fato levantou a hipótese de que o crime pode ter sido premeditado e também motivado por questões financeiras. A Promotoria considera esse comportamento relevante para a caracterização da gravidade dos atos infracionais.
Além da confissão, o adolescente não demonstrou arrependimento durante o depoimento, segundo os agentes responsáveis pela investigação. Após os assassinatos, ele permaneceu na casa por dias e chegou a conviver com vizinhos e colegas normalmente, sem levantar suspeitas.
Internação em centro socioeducativo
Com a decisão judicial, o jovem foi encaminhado temporariamente ao Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas), onde aguardará a definição de uma vaga definitiva em unidade de internação apropriada. A medida, prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), tem validade de até 45 dias e poderá ser prorrogada ou convertida em internação definitiva, dependendo do desfecho do processo.
A Justiça ressaltou que a internação cautelar se justifica pelo risco de fuga, pela possibilidade de ocultação de provas e pela gravidade dos atos cometidos. O processo tramita sob sigilo, conforme determinações legais para casos envolvendo menores de idade.
Família e comunidade em choque
A tragédia deixou a cidade de Itaperuna em estado de comoção. Amigos da família e moradores relataram surpresa com o ocorrido, descrevendo o garoto como “quieto”, mas aparentemente integrado à rotina escolar. A escola onde ele estudava suspendeu as aulas temporariamente para oferecer apoio psicológico a alunos e professores.
O corpo dos pais e do irmão foram sepultados sob forte comoção. Nenhum parente se apresentou até o momento como responsável legal pelo adolescente, que permanece sob custódia do Estado.
⚖️ Entenda o que pode acontecer a seguir:
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O adolescente poderá receber uma medida socioeducativa de internação por até 3 anos, caso o Judiciário o considere responsável pelos atos infracionais.
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A Justiça deverá revisar a cada seis meses a necessidade da internação, conforme prevê o ECA.
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Durante o cumprimento da medida, ele terá direito a acompanhamento psicológico, educação formal e atividades de reabilitação social.
