Professores do DF encerram greve e aulas retornam nesta quinta (26)
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Após 24 dias de paralisação, categoria aprova proposta do GDF com nomeações, gratificações e reestruturação da carreira
A greve dos professores da rede pública do Distrito Federal chegou ao fim nesta quarta-feira (25), após uma assembleia que aprovou a proposta apresentada pelo Governo do Distrito Federal (GDF). Com isso, as aulas nas escolas públicas serão retomadas já nesta quinta-feira, 26 de junho, colocando fim a uma paralisação que durou 24 dias e afetou milhares de estudantes.
A mobilização teve início no dia 2 de junho, motivada por reivindicações salariais, convocação de aprovados em concurso público, valorização da carreira docente e melhores condições de trabalho. Apesar das críticas de parte da categoria à condução das negociações, a maioria decidiu pelo encerramento da greve.
Principais pontos do acordo
Entre as medidas anunciadas pelo GDF, estão:
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Nomeação de concursados: Serão chamados pelo menos 3.000 novos professores e orientadores educacionais até dezembro de 2025.
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Prorrogação do concurso atual: O prazo do concurso vigente, que terminaria em julho de 2025, será estendido para permitir novas nomeações.
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Progressão por titulação: A partir de janeiro de 2026, os docentes receberão gratificações dobradas: 10% (especialização), 20% (mestrado) e 30% (doutorado).
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Reposição dos dias descontados: Os valores descontados durante a greve serão pagos em folha suplementar, com previsão para o mês de julho.
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Reposição das aulas: O calendário será reorganizado para garantir a reposição ainda no primeiro semestre, com possibilidade de atividades durante o recesso previsto para agosto.
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Mesa de negociação permanente: Um grupo de trabalho entre sindicato e governo continuará discutindo pontos da carreira, incluindo reestruturações futuras.
Ambiente de tensão e críticas internas
Apesar da decisão pelo retorno, o clima durante a assembleia foi tenso. Parte dos professores protestou contra a direção do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), acusando a entidade de ceder diante das promessas do governo. Houve gritos de “traição”, cartazes queimados e manifestações de insatisfação quanto à condução das negociações.
O Sinpro, por sua vez, defendeu o encerramento da greve como uma “vitória parcial” da categoria. Em nota, o sindicato destacou que a pressão da paralisação resultou em avanços concretos, ainda que aquém das reivindicações iniciais, como o reajuste salarial de 19,8%.
“A mobilização arrancou compromissos importantes do GDF. Seguiremos atentos ao cumprimento dos prazos e ao andamento das negociações permanentes”, afirmou a direção sindical.
Compromissos e vigilância
A expectativa agora gira em torno da efetivação dos compromissos assumidos pelo governo. A categoria promete manter a mobilização e acompanhar de perto a nomeação dos aprovados e a tramitação do projeto de gratificação por titulação na Câmara Legislativa do DF.
Com o retorno às atividades, o foco volta a ser o calendário escolar e a recomposição das aulas perdidas, em um esforço para garantir que os prejuízos pedagógicos sejam minimizados para os alunos da rede pública.
Fonte: Agência Brasília