Suspeitos de fraude no Banco Master são soltos pela Justiça
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Suspeitos de fraude no Banco Master são soltos após prisão temporária; investigação segue bilionária
Dois empresários investigados por participação no esquema de fraudes financeiras que levou à liquidação do Banco Master foram soltos na noite de quinta-feira (20), em São Paulo. A libertação ocorreu após o fim do prazo da prisão temporária, decretada para auxiliar na fase inicial das investigações da Polícia Federal.
Os suspeitos — Henrique Souza e Silva Peretto, CEO da fintech Cartos, e André Felipe de Oliveira Seixas Maia, ex-funcionário do Master e diretor da Tirreno — estavam detidos desde terça-feira (18), na Superintendência da PF. Ambos seguem como alvos centrais do inquérito, mas agora responderão em liberdade enquanto as apurações avançam.
Fraude bilionária e impacto nacional
A investigação, que se tornou uma das mais complexas do setor financeiro brasileiro, apura um rombo estimado em mais de R$ 10 bilhões, segundo dados divulgados pela Polícia Federal e repercutidos pela Revista Oeste. O esquema envolveria emissão fraudulenta de títulos, manipulação de documentos e movimentações que burlavam regras de lastro e segurança do sistema bancário.
O caso ganhou repercussão nacional após a decretação da liquidação extrajudicial do Banco Master pelo Banco Central, medida rara adotada quando há risco grave para o sistema financeiro e para clientes da instituição.
Por que foram soltos
A prisão de ambos era temporária, usada como ferramenta para coleta de depoimentos, análise de documentos e cruzamento de informações. Concluída essa etapa, e sem novos fundamentos para prolongar a custódia, a Justiça optou por permitir que os investigados continuem o processo em liberdade.
A decisão não configura inocência, mas sim respeito ao prazo legal da medida. Os dois empresários devem cumprir requisitos judiciais, como manter endereço atualizado e não interferir na investigação.
O papel de cada um no caso
Henrique Souza e Silva Peretto
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CEO da fintech Cartos
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Apontado como figura relevante na estrutura financeira investigada
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Tem atuação direta em empresas ligadas às operações suspeitas
André Felipe de Oliveira Seixas Maia
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Ex-funcionário do Banco Master
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Diretor da Tirreno
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Era responsável por operações administrativas e contábeis relacionadas a documentos internos e externos do Master
As empresas ligadas aos investigados são consideradas peças importantes na reconstrução do fluxo de operações do esquema.
A investigação continua
Mesmo com as solturas, a PF segue analisando documentos, movimentações financeiras e depoimentos de outros envolvidos. O Ministério Público Federal também acompanha o caso, que ainda deve gerar novas fases, inclusive com possíveis denúncias formais.
Enquanto isso, clientes e ex-investidores do Master aguardam a definição do Banco Central sobre ressarcimento e continuidade dos processos administrativos.
O caso se tornou um dos maiores já registrados no sistema bancário nacional e deve impactar debates sobre fiscalização, regulação e transparência do mercado financeiro nos próximos meses.
Fonte: Revista Oeste

