Prefeito é assassinado durante celebração do Dia dos Mortos no México

Published On: 03/11/2025 08:41

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Morte de Carlos Alberto Manzo Rodríguez expõe avanço do crime organizado e fragilidade das instituições em Michoacán

O México vive mais um episódio trágico de violência política. O prefeito da cidade de Uruapan, no estado de Michoacán, Carlos Alberto Manzo Rodríguez, foi assassinado a tiros durante as festividades do Dia dos Mortos, no último sábado (1º). O ataque aconteceu em uma praça pública, diante de dezenas de pessoas, e provocou pânico entre moradores e turistas que participavam do evento tradicional.

Segundo as autoridades locais, homens armados se aproximaram do prefeito e abriram fogo sem aviso. Manzo foi atingido por vários disparos e chegou a ser levado a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Um vereador e um segurança também ficaram feridos. O ataque, segundo a imprensa mexicana, teria relação com disputas entre grupos criminosos que atuam na região.

O prefeito era conhecido por denunciar publicamente a atuação dos cartéis e por cobrar do governo federal maior presença de forças de segurança em Michoacán, estado que há anos enfrenta o domínio de facções ligadas ao narcotráfico. Poucos dias antes do crime, Manzo havia feito novas críticas à falta de apoio federal e alertado para o risco crescente de ataques.

Em pronunciamento oficial, a presidente Claudia Sheinbaum classificou o assassinato como “um ato covarde e inaceitável” e prometeu investigação rigorosa. Forças federais foram enviadas à cidade, e o governo anunciou uma operação conjunta entre o Exército e a Guarda Nacional para tentar localizar os responsáveis.

A morte de Manzo reacendeu o debate sobre a segurança de autoridades públicas no México. Segundo organizações civis, mais de 60 prefeitos e candidatos foram assassinados nos últimos cinco anos em diferentes estados do país, muitos deles em regiões dominadas por cartéis.

Especialistas alertam que o caso evidencia a crescente infiltração do crime organizado nas estruturas políticas locais, um fenômeno que compromete a governabilidade e ameaça o processo democrático mexicano. “Quando o crime decide quem pode ou não governar, o Estado perde seu papel soberano”, analisou o pesquisador de segurança pública José Luis Hernández, da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM).

O assassinato de Carlos Alberto Manzo Rodríguez choca não apenas pela brutalidade, mas também pelo simbolismo. Morrer durante o Dia dos Mortos, uma das celebrações mais tradicionais e culturais do país, transforma o episódio em um retrato doloroso da realidade mexicana , onde a violência política se mistura à rotina e à impunidade.

Fontes: Revista Oeste

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