Secretário diz que PM matou apenas quem reagiu no Rio
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Operação no Complexo da Penha e do Alemão deixou 121 mortos e reacende debate sobre uso da força policial
A megaoperação realizada pela Polícia Militar do Rio de Janeiro nos complexos da Penha e do Alemão segue gerando forte repercussão nacional. O secretário da corporação, Marcelo de Menezes, afirmou que todas as mortes ocorreram em confronto, garantindo que os policiais agiram em legítima defesa. A ação, considerada uma das mais letais da história do estado, deixou 121 mortos, entre eles quatro agentes da segurança pública.
Em coletiva à imprensa, o secretário declarou que “as pessoas morreram porque reagiram contra agentes da lei”, negando que tenha ocorrido uma chacina. Menezes destacou que a operação foi planejada com base em informações de inteligência e que o objetivo era desarticular núcleos ligados ao Comando Vermelho, grupo criminoso com forte presença nas comunidades.
Segundo o balanço oficial, 99 vítimas já foram identificadas e 42 tinham mandados de prisão abertos. Outras 78 pessoas possuíam histórico de envolvimento com o tráfico, de acordo com a Secretaria de Segurança. O governo afirmou ainda que parte dos mortos era de outros estados, reforçando o argumento de que a operação atingiu uma rede criminosa interestadual.
Apesar da defesa do secretário, entidades de direitos humanos e moradores das comunidades questionam o uso da força e pedem investigação independente para apurar se houve execuções sumárias. Organizações civis apontam que a proporção das mortes, comparada ao número de armas apreendidas, levanta dúvidas sobre a forma como a operação foi conduzida.
Marcelo de Menezes reafirmou que as ações continuarão e que o foco das próximas etapas será desarticular o setor financeiro das facções criminosas, atingindo a estrutura econômica das organizações. O governo estadual mantém o discurso de combate firme ao crime organizado, enquanto cresce a pressão por transparência e controle externo das operações policiais.
O episódio reacende o debate sobre segurança pública e direitos humanos no Rio de Janeiro, um estado historicamente marcado pelo confronto entre o poder paralelo e as forças de segurança. Enquanto o governo fala em avanço no combate ao crime, especialistas alertam para o risco de naturalizar a violência como resposta estatal.
Fonte: Coletiva da Secretaria da PM do RJ e agências de notícias nacionais

