Quando a saúde pública acerta | O exemplo da oncologia no DF
Compartilhar
Reduzir a espera para 9,5 dias é mais do que uma meta cumprida — é um gesto de humanidade e gestão responsável
Por Janna Machado
Em tempos em que a lentidão costuma ser o diagnóstico mais comum da saúde pública brasileira, o Distrito Federal dá um passo raro e inspirador. A redução da espera para o atendimento oncológico para 9,5 dias mostra que, quando há gestão, integração e prioridade, o sistema público pode, sim, funcionar com agilidade e compaixão.
O programa “O Câncer Não Espera. O GDF também não” não é apenas uma política de saúde — é uma mudança de mentalidade. Ele parte de uma verdade simples e incontestável: o câncer não aguarda. Cada dia de atraso pode significar a diferença entre a cura e a perda. E o governo, ao encurtar esse tempo de espera, reafirma um princípio que deveria nortear toda política pública: a vida em primeiro lugar.
Os resultados falam por si. Em três meses, a fila para exames caiu 78%. Essa eficiência não é fruto do acaso, mas de uma engrenagem que passou a funcionar de forma coordenada — unindo profissionais de saúde, tecnologia e vontade política. Não se trata apenas de rapidez, mas de respeito. Respeito ao paciente que já enfrenta o medo do diagnóstico e não deveria somar a ele o sofrimento da espera.
Mais do que garantir celeridade, o que se vê é um sistema aprendendo a cuidar melhor das pessoas. O DF mostra que é possível transformar gestão em acolhimento, e metas em esperança. Esse resultado é fruto de planejamento e empatia — dois ingredientes que, juntos, constroem uma nova referência para a saúde pública brasileira.
Ao reduzir o tempo de espera e reorganizar fluxos, o Distrito Federal prova que eficiência e sensibilidade podem caminhar lado a lado. É um exemplo de como a gestão pública, quando guiada por propósito humano, se transforma em instrumento de vida e confiança social. Que essa conquista inspire outras regiões do país a trilhar o mesmo caminho.