Cappelli é acusado de mandar usar força letal no 8 de Janeiro
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Fala de Mariana Naime gera nova crise política e coloca em xeque a pré-campanha ao Governo do DF
A crise em torno dos eventos de 8 de janeiro de 2023 ganhou novo desdobramento após a declaração de Mariana Naime, esposa do coronel da PMDF Jorge Eduardo Naime. Em entrevista ao jornalista Luís Lacombe, ela afirmou que o então interventor federal na segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, teria dado ordem para o uso de força letal contra manifestantes.
Segundo Mariana, a ordem não foi executada porque seu marido se recusou a cumpri-la, evitando o que descreveu como um possível “derramamento de sangue”. A versão teria sido confirmada em audiência por um ajudante de ordens do coronel.
Nomeado interventor federal por decreto presidencial, Cappelli comandou a segurança do DF até o fim de janeiro de 2023. Atualmente, preside a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e articula sua pré-candidatura ao Governo do Distrito Federal.
Apesar da acusação, documentos oficiais da intervenção não registram qualquer diretriz sobre uso de munição letal. Em declarações anteriores, Cappelli reconheceu tensões com a cúpula da PMDF, mas nunca admitiu ter dado tal ordem.
O coronel Jorge Eduardo Naime, que à época chefiava o Departamento de Operações da PMDF, foi preso preventivamente em fevereiro de 2023 e permaneceu 461 dias detido. Hoje, responde a processo no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta omissão nos atos de 8 de janeiro, ao lado de outros oficiais.
As declarações de Mariana reacendem a disputa sobre a cadeia de comando naquele dia e colocam em xeque a imagem de Cappelli, justamente no momento em que ele busca consolidar sua pré-campanha ao Palácio do Buriti. Até agora, nem Cappelli nem a ABDI se pronunciaram sobre as acusações.
Fonte: DF Soberano