Mais de 40 unidades especializadas atendem alunos com superdotação em 30 escolas-polo, promovendo estímulo ao pensamento criativo, científico e artístico

A rede pública de ensino do Distrito Federal avança na valorização da diversidade intelectual ao oferecer atendimento especializado a estudantes com altas habilidades ou superdotação (AH/SD). Atualmente, o programa atende mais de 113 turmas em 30 escolas-polo, com a estrutura de mais de 40 salas especiais, criadas para estimular o desenvolvimento de alunos que apresentam desempenho acima da média em diferentes áreas do conhecimento.

As salas são voltadas ao atendimento educacional complementar, com atividades realizadas fora do horário regular de aula. O foco é potencializar as aptidões individuais dos estudantes por meio de oficinas, projetos autorais, experimentos e desafios interdisciplinares. A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Educação do DF, que mantém uma política permanente de formação de professores e acompanhamento pedagógico.

Aprender além dos limites da sala de aula

Os projetos desenvolvidos nas salas de altas habilidades são construídos com base nos interesses e talentos de cada aluno, o que favorece o engajamento, a autoestima e a autonomia. As atividades transitam por diversos campos: desde lógica, robótica, escrita criativa, artes visuais e música até empreendedorismo, matemática avançada e ciências aplicadas.

“O objetivo é que esses alunos encontrem um ambiente em que suas capacidades sejam não apenas reconhecidas, mas também desafiadas de maneira positiva”, explica um dos coordenadores pedagógicos do programa. “Quando a escola se adapta às necessidades cognitivas desses estudantes, o resultado é um processo de aprendizagem mais significativo e humano.”

Identificação e inclusão

Para participar do programa, os alunos são previamente identificados por meio de avaliações específicas, observações em sala de aula e entrevistas com as famílias. A política de identificação é feita com cuidado, evitando critérios rígidos que possam limitar o acesso. A ideia é permitir que talentos diversos — muitas vezes não percebidos no ensino tradicional — sejam acolhidos e estimulados.

Além disso, as salas de altas habilidades atuam em sintonia com as escolas regulares, promovendo a integração dos saberes e fortalecendo a cultura de respeito às diferenças dentro do ambiente escolar.

Formação de professores e apoio às famílias

Outro pilar importante do programa é a formação continuada dos educadores, que recebem orientações específicas sobre como lidar com estudantes de altas habilidades, adaptar práticas pedagógicas e valorizar o perfil criativo desses alunos. As famílias também são envolvidas no processo, participando de encontros, oficinas e acompanhando a evolução dos filhos.

“A participação da família é essencial, porque muitas vezes os pais não sabem como apoiar o desenvolvimento desses talentos fora da escola. O nosso papel é orientá-los nesse caminho, de forma acolhedora e colaborativa”, destaca uma das professoras que atuam no projeto.

Distrito Federal como referência

Com essa estrutura, o DF se posiciona como uma das unidades da federação com políticas públicas mais consolidadas voltadas ao desenvolvimento de altas habilidades, alinhando-se às diretrizes do Ministério da Educação (MEC) e às recomendações da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

O investimento também responde a uma demanda crescente por educação personalizada e inovadora, que reconhece as múltiplas formas de inteligência e os diferentes ritmos de aprendizagem presentes nas escolas.

Futuro promissor

A expectativa da Secretaria de Educação é expandir o número de turmas e de escolas-polo nos próximos anos, garantindo que mais estudantes tenham acesso ao atendimento especializado. O objetivo é tornar a rede pública do DF cada vez mais inclusiva, equitativa e conectada aos desafios do século XXI.

Com isso, o DF reafirma seu compromisso de oferecer uma educação que reconhece e valoriza o potencial de cada estudante, promovendo o florescimento de talentos que farão a diferença no futuro da sociedade.

Fonte: Agência Brasília