Após denúncias de conteúdo impróprio com adolescentes, Justiça impõe restrições e plataformas desativam perfis com milhões de seguidores

O influenciador paraibano Hytalo Santos, conhecido por produzir vídeos com adolescentes em situações de destaque nas redes sociais, está no centro de uma investigação do Ministério Público da Paraíba. O caso ganhou repercussão nacional após o youtuber Felca publicar um vídeo que denunciava a chamada “adultização de menores” nas redes sociais — prática que consiste em expor crianças e adolescentes a conteúdos com conotações inapropriadas, buscando engajamento e monetização.

Hytalo, que acumulava mais de 20 milhões de seguidores em suas plataformas, perdeu o acesso às suas contas no Instagram e TikTok após o conteúdo de Felca viralizar. A Justiça determinou ainda que ele não poderá ter contato com menores de idade e ordenou a apreensão de seus dispositivos eletrônicos para perícia.

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Influência construída sobre adolescentes

Natural de Cajazeiras (PB), Hytalo começou sua carreira em 2018 com vídeos de dança e humor. Nos últimos anos, passou a incluir adolescentes como parte fixa de seus conteúdos, tratando algumas delas como “filhas adotivas” ou “genros fictícios”. Além de participar de vídeos, as jovens moravam com o influenciador, em uma dinâmica que gerava estranheza e preocupação em parte do público e vizinhança.

O que inicialmente parecia entretenimento leve passou a levantar suspeitas de exploração e exposição precoce de menores, sobretudo diante das formas como essas crianças eram retratadas — com figurinos, falas e interações consideradas inadequadas para a idade.

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Medidas judiciais e desdobramentos

Desde o fim de 2024, o Ministério Público da Paraíba já investigava o influenciador. Com a nova repercussão, a Justiça acatou pedidos de bloqueio de perfis, proibição de contato com adolescentes e quebra de sigilo digital.

A denúncia feita por Felca, que ultrapassou 30 milhões de visualizações, reacendeu o debate sobre a falta de regulação no uso de menores nas redes sociais. O caso de Hytalo se tornou símbolo de um problema mais amplo: a transformação de crianças em personagens de marketing digital, sem a devida proteção legal e psicológica.

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Consequências e reflexões

O caso acendeu um alerta sobre os limites éticos e legais da produção de conteúdo com crianças. Especialistas apontam que a monetização de vídeos com menores precisa ser regulamentada com mais rigor, para evitar situações de abuso, exposição imprópria e lucros baseados em imagens sensíveis.

Enquanto as investigações continuam, o episódio envolvendo Hytalo Santos levanta uma pergunta crucial: até onde vai a liberdade criativa nas redes quando envolve o bem-estar de crianças e adolescentes?

Imagem: Agência Brasil