Agressão na Câmara | Um sintoma preocupante da polarização política no Brasil
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Agressão entre deputados revela crise de civilidade no Congresso e reforça a urgência do diálogo e respeito na política brasileira
Por Janna Machado
A recente confusão na Câmara dos Deputados, em que o deputado Nikolas Ferreira foi empurrado pela deputada Camila Jara, não pode ser vista apenas como um episódio isolado de descontrole. Trata-se de um reflexo da crescente intolerância e da radicalização que vêm dominando o cenário político brasileiro.
Parlamentares são representantes eleitos para debater ideias, negociar interesses e construir consensos, e não para protagonizar cenas de violência física. Quando episódios como esse acontecem dentro do plenário, eles não só desrespeitam a instituição, como também alimentam o descrédito da população em relação à política e aos políticos.
A defesa da deputada Camila Jara, que nega ter agredido o colega e alega ter reagido a um ambiente hostil, evidencia o clima de tensão e falta de diálogo que impera entre os parlamentares. Esse tipo de comportamento gera um efeito dominó: ao invés de promover o debate construtivo, reforça a divisão e a animosidade.
Além disso, é fundamental que o Conselho de Ética da Câmara atue com rigor para apurar o caso e aplicar as sanções cabíveis, enviando um recado claro de que a violência, seja física ou verbal, não será tolerada. A democracia exige respeito, civilidade e a capacidade de conviver com divergências sem recorrer ao confronto.
Por fim, a sociedade brasileira merece um Parlamento que sirva como exemplo de democracia e respeito mútuo, não um palco para disputas acaloradas que terminam em agressões. É urgente resgatar a cultura do diálogo e do entendimento para que os representantes possam cumprir seu papel com dignidade e responsabilidade.
Foto: Folha Pernambuco