GDF acelera combate ao câncer e já inicia tratamento de mais de 160 pacientes
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Programa emergencial busca reduzir tempo de espera por diagnósticos e terapias oncológicas no DF; expectativa é alcançar 1.300 atendimentos até setembro
O Governo do Distrito Federal (GDF) deu início a um programa inédito na rede pública de saúde com foco na agilidade do diagnóstico e tratamento do câncer. A iniciativa, batizada de “O câncer não espera. O GDF também não”, já permitiu o atendimento direto de mais de 160 pacientes, além de ter promovido uma queda expressiva nas filas de espera para procedimentos como quimioterapia e radioterapia.
Lançado em março deste ano, o programa tem como meta garantir que pacientes com suspeita ou confirmação de câncer sejam diagnosticados e tratados com mais rapidez, respeitando o tempo crítico que a doença exige. A proposta central é reduzir a espera — que, até então, podia levar meses — para algo em torno de poucas semanas.
Estruturação da fila única
Uma das principais estratégias do programa foi a criação de uma fila unificada e centralizada, eliminando a fragmentação entre exames, consultas e procedimentos. Dessa forma, os pacientes são classificados por gravidade e encaminhados de forma ordenada, respeitando a urgência clínica de cada caso.
Essa mudança resultou na redução da fila da oncologia em cerca de 25%, e da fila de radioterapia em aproximadamente 34%. Antes da implementação do programa, o tempo médio de espera por um tratamento de câncer na rede pública do DF chegava a 74 dias. Agora, esse prazo caiu para cerca de 51 dias em casos oncológicos e 30 dias para pacientes que precisam de radioterapia.
Tratamentos já contratados
O GDF anunciou também a contratação de mais de 1.300 sessões de quimioterapia exclusivamente para pacientes com câncer de mama, uma das doenças mais incidentes entre mulheres no Brasil. O investimento ultrapassa R$ 8 milhões e tem validade de 12 meses, reforçando a rede enquanto os processos internos de expansão seguem em andamento.
Além disso, clínicas privadas estão sendo credenciadas para complementar o atendimento público, uma solução emergencial para absorver a demanda represada.
Redução das filas e projeção para setembro
Segundo dados da Secretaria de Saúde do DF, em março deste ano havia mais de 1.500 pacientes aguardando tratamento oncológico na rede pública. Esse número já caiu para cerca de 1.080 até julho. A meta do programa é atender cerca de 1.300 pacientes até setembro, priorizando os casos mais urgentes e garantindo acesso a diagnóstico precoce e início de tratamento rápido.
Atualmente, os atendimentos oncológicos estão concentrados em hospitais de referência, como o Hospital de Base, o Hospital Universitário de Brasília (HUB), o Hospital da Criança e o Hospital Regional de Taguatinga. Todos integram a rede pública e recebem pacientes encaminhados pela fila única.
Orientação e transparência
Como parte do esforço para humanizar o atendimento, o GDF também lançou materiais informativos, como cartilhas para orientar pacientes sobre o funcionamento do programa, etapas do tratamento, cuidados paliativos e sinais de alerta. Essas ações são acompanhadas por um sistema de monitoramento digital, que permite rastrear o andamento dos casos em tempo real e agir com mais precisão sobre gargalos específicos.
Uma resposta à urgência da oncologia
Com aproximadamente 7 mil novos casos de câncer por ano no Distrito Federal, segundo estimativas do Ministério da Saúde, o sistema público enfrentava dificuldades para lidar com a demanda. O programa “O câncer não espera” surge como uma resposta concreta a essa realidade, propondo mais eficiência, priorização e dignidade no cuidado com os pacientes.
A expectativa, segundo a Secretaria de Saúde, é que o modelo adotado possa ser ampliado e consolidado como política permanente, contribuindo para salvar vidas e devolver esperança a milhares de famílias no DF.
Fonte: Agência Brasília
Imagem: Secretaria de Saúde